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- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 2009-08-20 | [This text should be read in portugues] | Submited by Bernadete Piassa
Assim, sem nada feito e o por fazer
Mal pensado, ou sonhado sem pensar, Vejo os meus dias nulos decorrer, E o cansaço de nada me aumentar. Perdura, sim, como uma mocidade Que a si mesma se sobrevive, a esperança, Mas a mesma esperança o tĂ©dio invade, E a mesma falsa mocidade cansa. TĂȘnue passar das horas sem proveito, Leve correr dos dias sem ação, Como a quem com saĂșde jaz no leito Ou quem sempre se atrasa sem razĂŁo. Vadio sem andar, meu ser inerte Contempla-me, que esqueço de querer, E a tarde exterior seu tĂ©dio verte Sobre quem nada fez e nada quere. InĂștil vida, posta a um canto e ida Sem que alguĂ©m nela fosse, nau sem mar, Obra solentemente por ser lida, Ah, deixem-se sonhar sem esperar!
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